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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

LULUS E VIRA-LATAS

Gouvêa Lemos combatia a falta de ética no jornalismo, na condução da função de jornalista em si, como nas relações entre os profissionais ou mesmo entre as organizações de imprensa, especialmente as da "Província".

Lembro-me da Mãe me comentar que esta crônica nasceu de problemas com um colega do próprio grupo "Notícias da Tarde", mas ligado ao “Notícias” (dois jornais do mesmo grupo empresarial). Não colocarei aqui o nome que tenho em memória desse “colega” por receio que esta me traia e com isso passe por leviano.
De qualquer forma os conceitos abordados na crónica "Lulus e Vira-Latas" podem ser projetados em várias situações e posturas de seres humanos, na área do jornalismo de então, no atual, ou mesmo em outras posições profissionais ou sociais.

Zé Paulo




LULUS E VIRA-LATAS - Gouvêa Lemos, na Coluna "Mesa Redonda"


Como brotam e como enrigessem os verdes troncos - com bom adubo -, lado a lado, dos cobardes e dos aventureiros! Dos lulus e dos vira-latas.
Nunca foi tão fácil a vida para os cretinos e para os nulos, desde que sejam apáticos ou espertos. Ou melhor -: aparentemente apáticos e na realidade espertos. Basta dizer que sim, que sim e por trás da cortina pedir que mais, que mais. Garantir que V. Exª. é um sustentáculo do império e esperar um dividendozinho da exploração industrial do mesmo império. Império que não tem nada a ver com a verdadeira acepção da palavra. É um império diferente. Trata-se de imperar sobre a credulidade alheia; sobre a bondade alheia; sobre a educação alheia; sobre os escrúpulos alheios. Sobre tudo o que é alheio e positivo, mas não se manifesta.
É sobre tudo isso que se tepa, se lançam raízes e se germina e cresce. Os cretinos e os aventureiros. Os lulus e os vira-latas.

( Notícias da Tarde, Lourenço Marques, ano VI, nº. 1686, de 04 de Dezembro de 1957, p. 1 e 2)

Um comentário:

  1. Há uma faveira em frente ao colégio em que trabalho... suas folhas haviam caído devido ao estio, hoje ela está verde que é uma maravilha! Bom seria lermos, falarmos... comentar numa roda de amigos só dessas maravilhas! Pena haver que não veja o valor da vida!... Cheiro em teu coração!

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